Stephane de Sakutin/Pool/AFP Photo
Paris, 14 nov (EFE).- O pedido de união nacional do presidente da França, o socialista François Hollande, após os atentados de ontem à noite em Paris foi neste sábado confrontado cpor múltiplas vozes da direita e da extrema direita para que o chefe de Estado promova uma mudança radical na ação antiterrorista.
O líder da oposição conservadora e antecessor de Hollande no cargo, Nicolas Sarkozy, foi comedido na forma, e duro no teor, ao afirmar que “são necessárias grandes mudanças para que a segurança dos franceses seja garantida plenamente”.
Sarkozy insistiu que a política externa e a de segurança interna devem ser preparadas com base em que o país “está em guerra” e avançou que seu partido, Os Republicanos, defenderá “todo reforço drástico das medidas de segurança que permitam proteger” a vida dos cidadãos.
O ex-presidente não quis antecipar medidas concretas, mas alguns membros da ala mais à direita da legenda questionaram a livre circulação na Europa e reivindicaram a detenção de suspeitos de fundamentalismo ou a expulsão de estrangeiros que mostrem conivência com o radicalismo islâmico.
O deputado Jacques Myard pediu uma “total revisão” do direito para adquirir a nacionalidade francesa, assim como dos acordos de Schengen de livre circulação para “restabelecer as fronteiras” nacionais.
O secretário-geral dos Republicanos, o ex-ministro Laurent Wauquiez, se pronunciou a favor de que sejam levadas a “centros de detenção” as 4 mil pessoas que estão fichadas pelos serviços de informação franceses como suspeitas de proximidade com movimentos terroristas.
“Estamos em guerra, e são eles ou nós”, ressaltou Wauquiez em entrevista à rádio “France Bleu”.
Algo similar disse o defensor da soberania Nicolas Dupont Aignan, que acredita que “para ganhar esta guerra do Estado Islâmico” é preciso “dar mais meios às forças policiais” e “deter todos os terroristas fichados pelo Ministério do Interior”.
Quanto à presidente do partido ultradireitista Frente Nacional, Marine le Pen, reiterou ser “indispensável que a França recupere o controle de suas fronteiras nacionais definitivamente”.
Segundo ela, é preciso destruir “o fundamentalismo islamita”, e isso passa por “proibir as organizações islamitas, fechar as mesquitas radicais e expulsar os estrangeiros que predicam o ódio sobre o solo francês, assim como os clandestinos”.
Ángel Calvo – UOL