© Ivan Alvarado|Reuters
Não se pode passar nem meia hora em Havana sem que se perceba o furor com a vinda dos Rolling Stones à capital cubana –ou “Rolling”, que é como a banda é chamada na ilha.
Na calle Obispo, no centro da cidade, badulaques para turistas (postais de Che Guevara, livros de fotos de Fidel Castro) disputam espaço com camisetas com a boca estampada, tendo a língua nas cores da bandeira de Cuba e um charuto no canto.
Na semana que começou com a visita histórica de Barack Obama a Cuba, a voz de Mick Jagger entoando o refrão de “Sympathy for the Devil” é onipresente nos rádios dos Ladas e Fords antigos que sacolejam por Havana.
A banda inglesa se apresenta na noite desta sexta (25) num complexo esportivo em Havana. São esperadas até 400 mil pessoas para o show, que será gratuito.
Importância
“Cuba não é um país assim tão roqueiro, mas sabemos a importância do rock inglês”, diz Juanito Camacho, ou “la musica en persona”, como é conhecido o radialista.
Ele foi convidado a dar uma palestra sobre rock britânico no Submarino Amarillo, misto de bar e casa noturna, com referências aos Beatles espalhadas nas paredes –algumas bem literais: morangos gigantes para ilustrar a letra de “Strawberry Fields Forever”.
Na Cuba dos anos 1960, em furor revolucionário, os “Rolling” eram malvistos pelo governo castrista, que os via como mais uma face da invasão do “imperialismo capitalista”, segundo Camacho.
Folha de São Paulo