Quando se pede à “presidenta” Dilma que renuncie ao cargo, como fez o jornal Folha de S. Paulo, no domingo, em editorial de primeira página, não se está querendo apeá-la do poder no grito ou admitir a derrota antecipada do pedido de impeachment – este, a bem da verdade, já pouco importa, ainda que seja legal e consistente. Pretende-se, isto sim, que s. exª. preserve o pouco de dignidade que ainda lhe resta.
Jamais, em tempo algum, “na história deste país”, houve um supremo mandatário tão desmoralizado quanto a atual inquilina do Palácio do Planalto. Nem mesmo o trágico Collor de Mello ou o infeliz Sarney da inflação de três dígitos.Dilma Rousseff, como destaca a Folha e sabemos todos nós, não tem mais a mínima condição de governar o Brasil. Perdeu o rumo, perdeu a autoridade, não tem plano de governo, ninguém mais acredita nela. Cada vez que abre a boca, mais afunda o país. Somos hoje uma nação desmoralizada mundialmente. E não apenas pelo escândalo da Petrobras e pela roubalheira que tomou conta da Nação conduzida pelo PT, mas também pela falta de governo.
A “companheira” e sua equipe de gênios político-econômico-sociais quebraram o Brasil. Colocaram o país em uma recessão jamais vista, trouxeram de volta a maldita inflação, disseminaram o desemprego em todas as áreas da atividade como nunca ocorrera, lançaram as taxas de juros na estratosfera, transformaram o palácio presidencial em palanque e em balcão de negócios, acolheram no Planalto desordeiros consagrados e não sabem para onde ir.
Acenam com reformas das quais não têm a menor ideia, amparam-se num orçamento ilusório, do qual faz parte o imposto CPMF que jamais será aprovado; não têm apoio parlamentar, já começaram a suspender os programas sociais que lhe deram alguma visibilidade no passado, os empreiteiros que tocavam ou fingiam tocar as obras do PAC estão na cadeia e a maioria da população, inclusive aquela que elegeu e reelegeu a atual “presidenta”, quer vê-la pelas costas. Ela tem atualmente 73% de rejeição popular. Não pode sair à rua ou participar de cerimônias abertas sem forte esquema de segurança, que, como primeira providência, arreda o povo, substituindo-o pela costumeira patuleia adestrada. Como então manter-se no poder? Nem com milagre operado por São Lula da Silva, ele também no bico do corvo. Ou será que Dilma está acreditando nos movimentos de rua arregimentados pelo PT e pela CUT e no apoio de meia dúzia de artistas e intelectuais que confundem liberdade e democracia com bandalheira institucionalizada?
E s. exª. ainda tem a audácia de dizer que está sendo vítima de um golpe? Mas que golpe? Só se for golpe de incompetência administrativa, inapetência gerencial e carência de liderança, desencadeado por ela própria.
Sobre o tema, aliás, discorreu outro dia, com o costumeiro brilho, o jornalista Ruy Castro, destacando a diferença do golpe denunciado pelo governo Dilma, em comparação com os outros golpes tradicionais: “Dá-se à luz do dia, tramado por 73% da população, que desaprova o governo, sob as barbas do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, de membros do STF, da Procuradoria-Geral, do Ministério Público, da Polícia Federal, da OAB e de outras instituições da República, que nada fazem para impedi-lo, e obedece a um complexo ritual de trâmites, todos com data marcada com meses de antecedência”.
Continua: “E, contrariando a natureza dos golpes, em que os golpistas atuam embuçados e na sombra, neste eles vem à boca de cena e se identificam publicamente”.
E, depois de relacionar entre aqueles que gostariam de ver a “presidenta” fora de Brasília os fabricantes de sorvete, chocolate, biscoitos, balas, doces e derivados; os plantadores de milho, cana e amendoim e os produtores de óleos e azeites, leite, soja e macarrão; os sindicatos das indústrias de tintas e vernizes, cerâmicas e olarias, parafusos, porcas, rebites e similares, de artefatos de metais ferrosos e não ferrosos, de curtimentos de couros e peles e de extração de mármores, calcários e pedreiras; industrias de cerâmica de louça e porcelana, da recauchutagem de pneus e retífica de motores e do beneficiamento de fibras vegetais e descaroçamento de algodão; alfaiates, gráficos, farmacêuticos, misturadores de adubo, criadores de suínos e controladores de pragas urbanas, entre outros, Ruy Castro arremata:
“Nunca se viu um elenco tão variado de golpistas”.
P.S. – Impeachment de vice-presidente da República?! E admitido por ministro do STF?! Como diz Don Suelda de Itararé, “os fulanos estão enlouquecendo!”