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A operação que levou à prisão do ex-ministro Paulo Bernardo não tem nenhum braço no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso significa que, por ora ao menos, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Bernardo, não é alvo de investigação – muito menos de pedido de prisão, como se especulou a partir da notícia da prisão do marido.
Apesar disso, a Polícia Federal e a Receita Federal cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento da senadora, nesta quinta-feira (23), no bairro Água Verde, em Curitiba, como parte da Operação Custo Brasil, deflagrada hoje. Os agentes foram aplaudidos por vizinhos e moradores que presenciaram a ação.
A senadora não estava em casa no momento da operação. Os agentes levaram duas pastas com documentos. Participaram da ação os delegados membros da Força Tarefa Lava Jato Marcio Ancelmo Adriano e Renata da Silva Rodrigues, além de outros oito agentes.
A assessoria de Gleisi não soube informar como os agentes entraram no apartamento. Eles chegaram em quatro viaturas, três da PF e uma da Receita, por volta das 6h e forma embora às 8h25. Havia neblina densa no início da manhã.
Um zelador informou que a senadora não aparece no apartamento a pelo menos uma semana. Ela está em Brasília. A assessoria afirmou que Gleisi não é alvo da operação, portanto não deve se posicionar por enquanto.
Um dos mandados em Curitiba foi cumprido no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, especializado em Direito Eleitoral e que prestou serviços à campanha da senadora Gleisi. Gonçalves foi procurado, mas não atendeu às ligações. Ele estaria no exterior.
O marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo, foi preso em Brasília. A operação ainda tem como alvos o ex-ministro Carlos Gabas e o jornalista Leonardo Attuchl, dono do site Brasil 247, que foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento. As sedes do Partido dos Trabalhadores (PT) em Brasília e São Paulo são alvos de buscas, assim como a residência de Gabas.
A Operação Custo Brasil para apurar o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Funcionários e agentes públicos ligados ao Ministério também são alvos da operação desdobramento da Lava Jato. Além do ex-ministro das Comunicações e Planejamento, Paulo Bernardo, preso em Brasília, o ex-ministro da Previdência Carlos Gabbas também é alvo da Operação Custo Brasil. Ao todo, são cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva – nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal.
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