Em seu pedido de prisão do ex-ministro Paulo Bernardo (PT) no STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o petista tenta esconder patrimônio e que existe risco de Bernardo voltar a cometer crimes e até mesmo prejudicar as investigações. “É importante mencionar, ainda, que Paulo Bernardo vem tentando ocultar seu patrimônio recentemente, fazendo aportes em Previdência Privada, com o intuito de se isentar da aplicação da lei penal e de qualquer ordem de bloqueio”, afirmou Janot. As informações são de Márcio Falcão na Folha de S. Paulo.
Janot afirmou que a par da “gravidade em concreto da conduta e do risco de reiteração criminosa, em algumas situações verificou-se que alguns representados atuaram para tentar destruir provas ou para obstruir as investigações, de sorte a justificar a prisão também como forma de conveniência da instrução criminal. ”
O procurador-geral cita até mesmo entendimento do juiz Sergio Moro para defender a prisão. “Conforme afirmou o Juiz Sérgio Moro em situação semelhante – referindo-se a ex-parlamentar -, o fato de Paulo Bernardo não ser mais Ministro não afasta, em nada, o potencial de prática de delitos.”
A Procuradoria aponta que a “participação de Paulo Bernardo no esquema foi tão intensa e relevante que, mesmo após sua saída do Ministério do Planejamento continuou a receber valores. Ou seja, recebeu valores desde 2010 até 2015”.
E completou: “a prisão preventiva é a única medida cabível e apta a desbaratar a enorme organização criminosa que se vislumbrou no presente caso, com tentáculos em diversos outros órgãos públicos, em todo o território nacional, com o pagamento de valores milionários para agentes públicos corruptos.”