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Atriz, hostilizada em ato pró-impeachment em Curitiba, diz que “criar bodes expiatórios não é solução para a crise”
Quando discursou contra o impeachment de Dilma Rousseff em um ato organizado por artistas e intelectuais no fim de março, Letícia Sabatella (Belo Horizonte, 1971) expressou sua preocupação com os rumos da democracia brasileira. Fez o mesmo quando se encontrou com o Papa Francisco, que a recebeu no Vaticano e lhe prometeu “orar pelo povo brasileiro”. Mesmo em estado de alerta, a atriz não esperava viver na pele reações violentas como as que experimentou no último domingo em Curitiba, onde cresceu.
Letícia Sabatella, que se declara “de oposição ao Governo de Dilma” e há anos é ativa na defesa de diversas causas sociais e ambientais, foi atacada verbalmente e fisicamente por manifestantes pró-impeachment que a cercaram em uma praça no centro da cidade. “Puta”, “vagabunda” e “chora, petista” foram alguns dos gritos histéricos que ouviu enquanto policiais a protegiam do assédio, registrado por ela em vídeo.
Para a atriz, que fez boletim de ocorrência na polícia e nega qualquer provocação de sua parte, os brasileiros são hoje incitados a um discurso de ódio.
– É doloroso de ver – lamenta a atriz – que falou ao El País por telefone de São Paulo, onde participa de um espetáculo teatral do grupo Satyros junto com imigrantes haitianos.
Camila Moraes | El País
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