Blasfêmeas

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Recebi ontem de Talita do Monte, querida amiga (participamos juntos do Salão Internacional de Humor do Piauí, com Albert Piauhy, por quase 10 anos) o livro Blasfêmeas, Elas Entre Poemas e Prosas, Coleção Poesia de Bolso, 2014, que nasceu em Parnaíba, com organização de Carlos Pontes.

Mãe d’água

Das barbas do velho monge
Vi nascer a mãe das águas
Um grito fino e profundo
Que rebenta até fio de mágoa
Sem ser água cristalina
Tem cor de cunhã menina
E abrigo para muitas almas
A vida do pescador
Tornou-se muito arriscada
Temendo morrer de fome
Esquece a mal-assombrada
Mas quando o sol vai embora
O pobre sem muita demora
Se avexa em dar remada
Se acalme não se apavore
Mãe d’água não é do mal
Seu encanto transforma em pedra
Quem mata e caça animal
Polui tudo que é rio
Espalhado pelo Brasil
O paraíso florestal

Talita do Monte

Amanhã tem mais. Obrigado Talita e suas talitinhas, beijos, salamaleques e namastê!

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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