© Myskiciewicz
A cidade precisa de prefeito em tempo integral? Rafael Greca prova o contrário: desde a posse está no hospital. Vende a imagem de saúde, caminha pelo corredor de seu quarto. Tancredo Neves também…
Nem convocou o vice, o aval de Beto Richa à campanha e ao governo. Isso não vai sair barato para Greca; melhor, vai sair caro. Vice no Brasil é um pote transbordante de mágoa. E qualquer desatenção… Vide Michel Temer, vide Mirian Gonçalves.
Greca governa direto do hospital? Só nos sonhos dele e de seus eleitores. Os médicos seriam irresponsáveis se permitissem. Aliás, são tāo responsáveis que nos boletins nāo reportam o prefeito, mas o paciente. Seriam irresponsáveis se permitissem que o paciente fosse prefeito nos minutos vagos ao tratamento.
O prefeito-ainda-nāo-prefeito está sendo honesto? Sim. Honesto consigo mesmo, que é o que realmente importa para ele. Honesto com seus eleitores, o que absolutamente nāo importa, pois eleitor aceita tudo. É também honesto com os críticos e adversários, a quem fornece arrobas de razōes.
Nāo que isso importe, porque no estado de nossa civilizaçāo nāo tem nenhuma importância. Mas Rafael Greca nāo é prefeito dele, de MinhaMargarita (assim como escrevo), ou dos eleitores dele. É prefeito de Curitiba, portanto de todos, desde o mendigo fedorento ao blogueiro xexelento.
Por que nāo passou o cargo ao vice? Nāo sou letrado em Freud, Jung ou Marx, portanto palpito.
1 – A simbologia, arma para os críticos: nāo tem saúde, tanto que perde o fôlego na arrancada.
2 – A vaidade: Curitiba e ele foram unidos pelo Altíssimo e separados pelo Lerníssimo.
3 – O obsessivo, agônico desejo pela amada, com quem sonha dar à luz mais pinhais, dolorido sob o acicate das décadas de mandatória continência, travado no alçar do voo nupcial. E nós com isso? Rogério Distéfano