Todo mundo nasce 100% ignorante. Depois é que os percentuais diferenciam a todos. Há quem se esforce e consiga adquirir cotas infinitamente superiores. E gente ao contrário, que absorve menos daquilo que já ignorava. E fica uns 50% ou 30% (que sei eu do que sei menos?) mais – pra usar um termo científico – burro. É quando o sujeito começa a misturar o que pensava que sabia com o que tinha certeza que desconhecia. Daí o chá favorito das pessoas que confundem, entre outras coisas, infusăo com difusão – a confusão. Sirva-se.
Quem confunde cachepô com panachê toma sopa em vaso.
Quem confunde Trompa de Eustáquio com Trompa de Falópio provoca surdez na parceira de cama.
Quem confunde gestalt com peristalte faz cocô com simetria.
Quem confunde perímetro com parâmetro dá muitas voltas ao comparar.
Quem confunde alfajor com aljôfar se engasga no Natal.
Quem confunde beliscão com obelisco fere os dedos no granito.
Quem confunde tíbia com dúbia năo tem certeza se machucou a canela.
Quem confunde barista com sibarita toma café coado em calcinhas.
Quem confunde B. Fischer com M. C. Escher não sabe em que tabuleiro jogar.
Quem confunde úvula com vulva é otorrino tarado ou distraído.
Quem confunde Confúcio com Pôncio lava as mãos diante de Buda.
Quem confunde aquarelas com querelas decora muito mal suas paredes.
Quem confunde esfinge com efígie não decifra a numismática.
Quem confunde patíbulo com prostíbulo fica de língua de fora mas não goza.
Quem confunde atavios com atavismo comete macaquices.
O titulo é uma frase de domínio público.