Nesta data, Solda

Roberto José da Silva Blog do Zé Beto

Luiz Antonio Solda estreou em Itararé, São Paulo, há 65 anos. Ele nunca saiu de lá, apesar de estar aqui. Graças a Deus. Solda tem problema de audição, mas ouve tudo. Solda tem problema de dicção, mas fala muito bem o que tem de ser falado. Ele é tímido, inseguro e paranoico, por isso mesmo um ser humano normal. Se deixa você chegar perto, é paixão para o resto da vida.

Porque ele não tem segredo e ao mesmo tempo é segredo – e fica por isso mesmo. Um poeta que faz rir, chorar e pensar, seja numa estrofe, numa frase, no balão de charge ou apenas no traço inconfundível do grande cartunista que é desde que apontou o primeiro lápis. Lá no Bacacheri ele se esconde e se expõe, ao mesmo tempo. Tem a proteção da Vera, dos filhos e do neto, que chegou para bagunçar mais o coreto – porque foi assim que o avô ensinou bem antes de ele nascer.

Num país como o nosso, esculhambado, é Solda para sobreviver – e o bom é que ele sempre diz: “Se não rir não tem graça”.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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