Estas mal traçadas linhas vão para o pedaço de mulher chamado Deborah Secco. Sei que as leitoras irão discordar a princípio e já no princípio peço desculpas. Tem a ver com certo desvio da causa feminista, que no particular de hoje está sem nada – ou “com nada” como se passou a dizer neste Brasil sem lógica.
Qual o problema com Deborah Secco? Com os homens brasileiros, nenhum. Já era atriz de méritos, méritos que exponenciou ao interpretar Bruna Surfistinha no cinema, pondo em imagens o imaginário erótico masculino. Não fosse Deborah, outra atriz teria atenuado a carga sensual d’O Doce Veneno do Escorpião.
Por exemplo, a mais talentosa de nossas jovens atrizes, Débora Falabella, daria precedência ao dramático sobre o erótico – não que a ela falte sensualidade, mas perdeu o apelo ao casar com Murilo Benício, o galã sem sal. Outra, Juliana Paes, seria sexo, sexo demais, nenhum drama. Perdoem, mas sexo exige drama.
Afinal, o que fez a doce e roufenha Deborah para desagradar as mulheres? Em entrevista inocente ela feriu o fundamentalismo feminista ao dizer que quando o homem quer transar a mulher deve fazê-lo, ainda que não tenha vontade, porque ali, no rala e rola, a vontade surge, aflora e conduz ao prazer.
Deborah merece busto em praça – ainda que o dela tenha mais silicone que conseguinte. Recorro à música de Vinícius, “mulher que nega carinho seu tem uma coisa de menos no seu coração”. Deborah reforça a rima do poeta: o homem deve espicaçar o carinho da mulher. “Então, tá”, dizia a Surfistinha.
Rogério Distéfano|O Insulto Diário|16 de outubro|2017