Nem mesmo no Partido dos Trabalhadores há quem admire a capacidade intelectual e a porção de estrategista política da senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional da legenda.
O que há de fato entre os “companheiros” de forma quase consensual, é que Gleisi sofre de panes recorrentes dos neurônios e miopia tática. A senadora petista só chegou ao posto máximo do partido porque Lula queria na proa alguém de sua confiança e ruidosa para servir de para-raios para ele próprio. A ideia era que se alguém tem de receber a raiva da opinião pública, que seja Gleisi, jamais Lula.
Contudo, esse papel estridente, que catalisa o ódio popular, está começando a criar problemas para o próprio PT. Partidos governistas estão propensos a representar no Senado contra Gleisi Hoffmann e seu escudeiro, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), por apologia ao crime. Cenário antecipado pelo UCHO.INFO por ocasião da declaração de que seria preciso “matar gente” para prender Lula.
Senadores fundamntarão a denúncia com base na pregação de “desobediência civil” e “luta armada” para reagir a uma eventual prisão de Lula, condenado a 12 anos e um mês de detenção por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Uma denúncia dessa natureza contra Gleisi e Lindbergh, com fartos elementos probatórios, serviria apenas para ampliar a imagem de partido bandoleiro que se associa cada vez mais ao PT, por fatos como corrupção, associação a regimes espúrios e, agora, por pregação contra a ordem constituída.
Agrava a situação o fato de que a agressividade de Gleisi Helena está se revelando perigosamente contraproducente. De acordo jornalista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S. Paulo”, a atitude de Gleisi – e seus radicais sequazes – pode estar selando o destino de Lula como próximo hóspede do Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde estão abrigados outros réus da Operação Lava-Jato.
“O STF (Supremo Tribunal Federal) mandou recado ao PT: se alguma chance existe de a corte soltar Lula caso ele seja preso, ela pode desaparecer caso a legenda suba o tom de suas críticas contra o Judiciário”, revela a jornalista.
Ucho Haddad