A esquerda moldando o gosto do público

O filme “Lula, filho do Brasil” era o que a esquerda queria ver como a obra máxima do cinema nacional, criando filas nas bilheterias pelo país afora. Já “O mecanismo” sofreu pesados ataques com o objetivo não só de forçar um grande fracasso da série como para haver uma grande onda de cancelamentos de assinaturas da Netflix.

O filme da biografia de Lula foi um fiasco histórico. A série dirigida por José Padilha é um dos grandes sucessos da TV a cabo e a Netflix virou o centro das atenções da mídia e do público. Até quem não tinha interesse na série resolveu assistir para conferir, até porque hoje em dia quem não sabe nada dela pode ficar isolado nas rodas de conversa. Nomes como Ruffo, Roberto Ibrahim, Miller & Bretch, Juiz Rigo, Janete e João Higino, fazem parte do cotidiano das pessoas. São tão indispensáveis para se enturmar como saber da última mandracaria de Gilmar Mendes, os apuros de Temer ou qualquer outra instigante patifaria da política brasileira.

A esquerda é um fracasso numa grande quantidade de coisas, mas em poucas delas erra tanto como no estímulo ao que acredita que deve ser um sucesso de público e no trabalho contra o que acha que as pessoas precisam odiar. No cinema ou na televisão, a aceitação de uma obra depende de variados fatores, com algumas razões que nem tem explicação. No entanto, no Brasil pelo menos já se sabe que um elemento essencial para o sucesso é não cair no gosto da esquerda. A promoção pode ser ainda melhor se houver ódio e indignação esquerdista pelo que foi produzido.

José Pires|Brasil Limpeza

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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