O gabinete da masmorra

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Golpistas e fascistas não pensaram nisso? Um presidente preso precisa de gabinete, até um ministério na prisão. É prêmio Nobel chegando, é a reunião com a voz-porta, é a visita íntima, são as entrevistas para a Al Jazeera, são os visitantes debiloides esquerdoides latino-americanos, tanta coisa que exige instalações, criadagem, assessores, motoristas, uma dacha russa, que no Brasil significa sítio, um penthouse, que no Brasil significa triplex.

Tanta coisa, os golpistas acharam que Lula ficaria bem acomodado num cafofo pouco menor que a cobertura de pobre em que Dilma vive no Rio Grande do Sul. Se a romaria fica na redondeza da Masmorra, tem que ter horário para o santo, como o papa, sair à sacada para benzer os fiéis, ou transitar entre eles no Lulamóvel blindado. Mais um problema que os fascistas da toga não pensaram: a enxurrada, a pororoca, o vendaval de cartas para o ex-presidente.

O problema começa nos Correios. Carteiros? Só no vermelho grelo duro, veículos de entrega na lataria o punho fechado, exaltação abstrata do onanismo. Um CEP Lula, o do PF/Santa Cândida chegou ao limite com os passaportes para os coxinhas fugirem do Brasil. Assessoria de confiança da juíza Carolina Lebbos para vistoriar as cartas, não pelas temíveis cartas-bomba que isso é coisa de terrorista islâmico e os terroristas islâmicos dão o maior apoio a Lula, a pedido da voz-porta.

O terror das cartas é o terrorismo brasileiro, que ataca com pó-de-mico, que pode matar de coceira. Até aí morreu Neves, ele e Aécio. O buraco, diria Lula, é muito mais embaixo: os Correios têm dinheiro para tudo isso? Lembrem que foram quebrados pelo aparelhamento da companheirada, que levou de assalto – no sentido também literal – a poupança do fundo de pensão. O juiz Sérgio Moro e os do TRF4 esqueceram a pena acessória para Lula: descontar essas despesas da pensão de ex-presidente.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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