2018

Bicho, Coroa, Prafrentex. Tenho amigo que não renovou a linguagem da gíria. Parou por volta dos anos setenta do século passado. Me chama de bicho quando está de bom humor ou de coroa, quando estamos em controvérsias. E qualifica os demais como reaças ou companheiros e as mulheres mais avançadas nos costumes de prafrentex.

Ele também não mudou as ideias. Continua a consultar um velho Manual de Filosofia da Academia de Ciências da União Soviética ou um ensebado volume dos Princípios elementares de filosofia do Georges Politzer. E não tem dúvidas sobre o futuro. A crise geral do capitalismo virá e com ela a revolução socialista. Tem saudades do Stálin. Abomina os revisionistas. Insulta os neoliberais. Pois, pois, creio que não é único. Assim caminha a humanidade.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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