Jair Bolsonaro anda se colocando num patamar elevadíssimo na sua intenção de ser presidente do Brasil. É ele ou o caos. Segundo o site O Antagonista, o candidato do PSL disse que o país não suportará mais “um ciclo de PT e PSDB”. E aí é que ele entra. “Esta é a última chance que nós temos de mudar o Brasil”, disse Bolsonaro, numa afirmação pretensiosa, com um exagero tanto em relação a sua pretensa capacidade de resolver situação tão complicada, quanto no estado de ruína praticamente irremediável que ele coloca o nosso país.
O desconhecimento histórico não é novidade dentre as avaliações feitas por Bolsonaro, mas é um equívoco bastante feio posicionar qualquer nação num ponto crítico que faz de uma eleição um tudo ou nada. O erro é ainda maior porque o raciocínio traz como figura capaz de salvar o país um político que sempre agiu como aliado do PT antes dos petistas se meterem nas embrulhadas que causaram o impeachment. Parece que o encapetado capitão se apercebeu da questão apenas quando notou o benefício eleitoral de seus lucrativos bate-bocas grosseiros com parlamentares petistas.
Pena que Bolsonaro tenha acordado tão tarde para o mal que o PT fez ao Brasil. Como parlamentar, sua ajuda poderia ter sido útil para evitar que os problemas do país chegassem a tanto, isso, é claro, se ele não tivesse ficado tão ocupado em turbinar com mediocridades sua carreira de político de baixo clero. E quanto ao que o candidato chama de “ciclo do PSDB”, independente das críticas que este partido merece, ninguém mais nega aos tucanos o mérito da autoria do plano econômico que foi a salvação do Brasil numa situação complicadíssima que o país teve que enfrentar tempos atrás. É o Plano Real, que todos conhecem muito bem. Da mesma forma que fez o PT, na sua criação este plano teve o voto contrário do deputado Jair Bolsonaro.