Fernando Haddad não me parece ser má pessoa (embora me parecesse ser pessoa melhor, ou pelo menos mais íntegra, antes de aceitar o papel que está desempenhando nessas eleições).
Manuela é fofa e linda: difícil olhar para ela e não se encantar com aquele sorriso, aquele frescor de mocidade que é a imagem de tudo o que se deseja na política (pelo menos enquanto não expõe suas ideias) — uma pessoa jovem e dinâmica, cheia de boas intenções.
Mas meu maior pesadelo é vê-los no segundo turno contra Bolsonaro. Se Haddad for para o segundo turno, as chances de Bolsonaro vencer aumentam drasticamente.
Eleitor indeciso não vota no PT, que foi governo quatro vezes. Eleitor indeciso está por aqui com política e políticos, e é capaz de sair da inércia só para dar o troco no partido.
Até mesmo boa parte dos eleitores de Bolsonaro não vota no Bolsonaro, vota mesmo é contra o PT, contra um sistema que nos jogou na maior crise de todos os tempos e que, ainda assim, não desce do salto alto do bom-mocismo.
Vejo amigos meus muito felizinhos apoiando Haddad e enfeitando os seus avatares com o número 13, contentes com um candidato e uma vice tão gente-como-a-gente, deslumbrados com a eficiente campanha política do PT e sua linda música chiclete, sem perceber o abismo para o qual caminhamos, a locomotiva em direção contrária.
No mais, Bolsonaro ou Haddad no poder representariam a mesmíssima coisa: um país ingovernável, polarizado, dividido, a caminho de uma guerra civil. Ou do mais próximo que chegaremos disso.