Cabo, soldado, guardião – Bom pai, Jair Bolsonaro limpa a caca do filho Eduardo e manda carta ao ministro Celso de Melo dizendo que o Supremo é o “guardião” da Constituição.

Errou. O Supremo é “guarda” no sentido de quem preserva a Constituição. Não é “guardião”, o cara que fica na guarita para evitar que o cabo e o soldado invadam a casa.

Isso de “guardião” diz duas coisas: 1) em décadas de deputado federal Bolsonaro não leu a Constituição nem ouviu alguém falar dela; 2) falta um “posto ipiranga” em matéria constitucional no exército bolsoneônico.

Teu ódio será nossa herança A eleição para presidente foi decidida na prisão, onde estão os dois cabos eleitorais. Há diferença, que os historiadores irão registrar: o futuro presidente pode ser eleito pelo criminoso de sangue; o adversário, derrotado pela folha corrida de seu líder.

Não será o historiador, será o jornalista que escreve história recente quem mostrará a ironia de o candidato que estimula a violência crescer graças à violência que sofreu. De quem explora o preconceito e o fundamentalismo religiosos ter sido quase morto pelo fundamentalista religioso.

Mais um exemplo, o carro-chefe do candidato quase eleito: liberar o uso de armas de fogo. Estivesse armado de revólver o homem que o esfaqueou, o candidato estaria na disputa? E se estivessem armados de pistolas o candidato, seus seguranças e os apoiadores presentes?

O discurso do candidato lembra os bilhetes que saem das prisões de segurança máxima. Porém a caligrafia dos discursos não é do cabo eleitoral, é do próprio candidato.

Ora direis… – Gleisi Hoffmann – ainda senadora e ainda presidente do PT – teve faniquito quando Jair Bolsonaro propôs “banir vermelhos”. Ela foi lá atrás e tirou seu Hitler-para-idiotas que pegava pó na prateleira e lascou a comparação, com desvantagem para o outro ditador, o alemão. Imperdoável. Ela tinha que saber mais. Não por ser senadora ou advogada. Mas por ser Hoffmann.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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