Quando dá vergonha de Rocha Loures

O depoimento do ex-deputado federal, Rodrigo Rocha Loures ao juiz federal Jaime Travassos, de Brasília, foi descrito pelo jornalista da Folha de São Paulo, Josias de Souza, sob o título “Rocha Loures tenta provar que é um débil mental”. Nada mais verdadeiro e mais nem precisaria ser dito.

Rocha Loures foi protagonista de um dos piores momentos dos cinco anos da Operação Lava Jato: pela dissimulação, pela covardia e pela tentativa de utilizar argumentos primários na defesa do indefensável.

Na explicação das imagens onde ele aparece correndo com uma mala de R$ 500 mil reais pelas ruas de São Paulo em direção a um taxi, Rocha Loures diz que ficou muito nervoso, quando o executivo Ricardo Saud, da JBS, o abordou no estacionamento de uma pizzaria e lhe entregou uma mala, recomendando que corresse para pegar o avião. Pegou a mala, seguiu para a casa dos pais onde a guardou no armário do quarto de hóspedes e depois, no mesmo taxi, pegou um avião que o levou para Londrina. E mais não diz.Homem feito, bem formado, deputado federal, ex-assessor graduado de Roberto Requião, viajado e traquejado na assessoria direta do presidente da República, Michel Temer, contou uma história que não cola nem com reza braba. Pior, passa um atestado de completa insanidade, como diz Josias de Souza, e entra direto para o rol do folclore da corrupção no País.

A declaração de culpado poderia até lhe dar alguns anos de cadeia. Mas manteria a dignidade, sem a qual nenhum homem pode olhar no espelho pela manhã.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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