Ele só se esconde quando fotografado. Quanto fotografa, abre a alma de poeta da luz, das formas, do sentimento. Artista, a cara é de mau, mas a alma é de criança. De vila, de pé no barro, de dominar pipas no ar, de se encantar com parquinho e circos mambembes, de olhar as raras árvores no meio da pobreza.
Desenhista,cinéfilo, roqueiro, perdido e achado no mundo, ao receber sua primeira câmera há poucos anos, se revelou por completo. Um fotógrafo que transforma o pequeno quintal da casa dos pais, que já foram embora, num encantamento que faz muita gente de longe querer conhecer. Suas imagens de flores, folhas, bichos são como mensagens disparadas pelo mundo e que, pode ser, são enviadas de dentro do coração, onde ficou dona Zefa e o Zé Luis, seu pai, de quem herdou o lado fechado, mas que é aberto.
Também é sobrevivente, assim como o irmão, que o admira e ficou um pouco triste ontem porque ele voou para Palmeira dos Índios, Alagoas, depois de passar alguns dias em Curitiba.
Roberto José da Silva