As grades, graciosas ou grotescas, grandes ou gigantescas, se aglomeram na paisagem. Erguem-se de gramados ou granitos e esgueiram-se a granel, esguias ou grossas, pelos conglomerados grã-finos, pontiagudas e góticas. Gélidas no inverno, ígneas no verão, as grades gradeiam gente com grana e engalanada, engravatados engomadinhos, grávidas gentis, gurias e guris engraçadinhos. Na grave guerra urbana, desgrudam os condomínios do pandemônio.
Lá dentro, grifes e glows, ágapes, glacês e geléias, gatos angorás e galgos, geladeiras e geradores, gerânios, gardênias e glicínias; lá fora, gatunos e gatilhos, gangues e granadas, as agruras e as amarguras de gerações degeneradas por desgovernos negligentes com a gente indigente. Às grades, agradecem os guarnecidos, longe de gritarias e gemidos. Às grades, se agarram mendigos e logrados pelo progresso, gravitando os ganhos e ganhando engulhos. Os gradis, em frágeis ou galvanizadas filigranas metalúrgicas, agüentam a agressividade gradual da insegurança progressiva.
Configuram ignóbeis gestões governamentais: graças à ganância – gerência egoísta das regiões da Gaia –, a grandiloqüência enganadora da geopolítica é uma ogiva perigosa. Agora, com up-grades que garantem a vigilância, as grades ainda agradam gregos e goianos. Agravando-se a regressão social, vigorará uma aguda viagem às grotas e grutas.
Aí as grades, degringoladas e desengonçadas, degradarão até a desgraça final: a ferrugem.