Há indícios de que 2 dos alvos de prisão comandem o Escritório do Crime, ramificação da organização, especializada em assassinatos por encomenda.
Uma operação do Ministério Público em parceria com a polícia do Rio de Janeiro prendeu ao menos 5 suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes. De acordo com o jornal O Globo, os suspeitos integram a milícia mais antiga e perigosa do estado.
Há indícios de que 2 dos alvos de prisão comandem o Escritório do Crime, ramificação da organização especializada em assassinatos por encomenda.Entre os presos está o major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, que integraria esse braço da milícia. Além dele, foi preso em uma casa em um condomínio de luxo Manuel de Brito Batista, o Cabelo.
Segundo o Ministério Público, essa milícia de Rio das Pedras explora o mercado imobiliário ilegal, com a regularização de bens. A denúncia argumenta que os integrantes do grupo são responsáveis por extorquir os moradores, cobrar taxas ilegais, falsificar documentos públicos, ocultar bens.
Os suspeitos também praticam outras atividades comuns de milícias para controle de território, como ligações irregulares de água, luz e serviços de TV a cabo, chamados de gatonet. Serviços como esses foram denunciados por Marielle e pelo deputado Marcelo Freixo, quando comandaram a CPI das Milícias. No fim do ano passado, o então secretário de Segurança Pública do Rio Richard Nunes afirmou Marielle e Anderson foram mortos por milicianos envolvidos com grilagem de terras. Nunes ressaltou que Marielle “estava lidando em determinada área do Rio controlada por milicianos” que atuam “muito em cima da posse de terra”.
“O que leva ao assassinato da vereadora e do motorista é essa percepção de que ela colocaria em risco naquelas áreas os interesses desses grupos criminosos”, disse o então secretário.
O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, escalou 140 policiais para cumprir 13 mandados de prisão preventiva contra a milícia.