Entre o egoísmo e o egocentrismo, vá de ponta a ponta, com paradinhas para abastecer no antropocentrismo. Negue a ancestralidade, ignore a posteridade e não esqueça de ser indiferente à contemporaneidade. Coma embriagadamente, beba nauseantemente, vomite voluptuosamente, urine e defeque abundantemente (não adubandentemente!).
Despreze friamente as convenções porém se dedique fervorosamente às contravenções. Seja imperativo, competitivo, depreciativo, impeditivo, repetitivo e, de aperitivo, destrutivo ou, pelo menos, não-construtivo. Aspire a cultura consumista, inspire a monocultura predatória e respire a incultura reacionária.
Tenha carros potentes, cargos prepotentes, cultos onipotentes, casos impotentes. Desregule a natureza, coagule rios, degole a fauna, engula a flora, engasgue o ar. Permita injustiças, transmita doenças, admita a cobiça, demita a graça, omita a esperança.
Venha ao mundo o quanto antes. Saia do mundo o mais tarde possível.