Entre a inata ingenuidade e a paranóica suspeição, há mais pano por cima das coisas do que os inocentes úteis e os conscientes inúteis conseguem contabilizar. Ao redor, basta arregalar a percepção, se ocultam incontáveis sumidouros de recursos, prazeres, informações, bens, energias. O imensurável caixa 2 da vida.
Que se redistribui por instâncias, constâncias, distâncias e circunstâncias indefiníveis. Afinal, nem só de trampolinagens político-financeiras vive a espécie na qual estamos catalogados. Entre outros e tantos caixas, esses:
O caixa 2 do universo é o buraco negro.
O caixa 2 do Vaticano é o Banco do Vaticano.
O caixa 2 dos cônjuges são os amantes.
O caixa 2 da linguagem é o silêncio.
O caixa 2 do desperdício é o aterro sanitário.
O caixa 2 do piromaníaco é a caixa de fósforos.
O caixa 2 do caixa 2 é o cunhado do gerente de confiança.
O caixa 2 do agiota são outros quinhentos.
O caixa 2 do crime organizado é o colarinho branco.
O caixa 2 da bebedeira é a amnésia.
O caixa 2 da psicanálise são os 10 minutos restantes.
O caixa 2 dos desastres aéreos é a caixa-preta.
O caixa 2 do PIB brasileiro é o FMI.
O caixa 2 do infarto é o transplante.
O caixa 2 do poder político é o caixa 1 do tráfico.
O caixa 2 da eternidade é o caixão.
O caixa 2 desta lista é o etc.
4 respostas a Caixas 2/Fraga.