VÃO EXPULSAR OS VELHINHOS? Pergunto, como sempre de chofre, à bela Eliane, guarda-municipal do Passeio Público. “Não, por quê”, ela repergunta. É que as mesas em que se reúnem e jogam todos os dias estão isoladas, nenhum deles por perto, galhos de árvores podados sobre elas. “Eles ficam”, diz Eliane, linda dentição cútis de porcelana, mulher suave e esbelta.
“O problema com eles é outro”, continua Eliane: “eles fazem xixi nas árvores. A gente fala, eles dizem que vão obedecer, nos distraímos e fazem novamente. O senhor imagine o cheiro que fica, pior que o da antiga jaula do leão”. Não tem banheiro para eles, pergunto. “Tem”, diz a bela Eliane, “depois do serpentário, mas eles não vão até lá”.
Eliane querida – impossível não chamá-la assim -, vai por mim, estou na categoria do pessoal do carteado aqui do Passeio. Nós, eles e eu, não conseguimos caminhar os duzentos metros daqui até o banheiro sem estragos nas calças. Fosse uma só vez, até daria, Eliane. O problema é que em duas horas de baralho são umas cinco idas. Eliane sorriu, sempre bela.