O GOVERNO BOLSONARO incumbe o Itamaraty de organizar conferência internacional pela família. O alvo serão países conservadores. Quais seriam? O Irã, a Arábia Saudita, quem sabe a Turquia, sem dúvida a Hungria e a Polônia. O Brasil poderá presidir e sediar a conferência, anfitrião o primeiro chefe de família do país, senhor absoluto do ideal conservador; moderador, o filho sem moderação; intérprete simultâneo, o filho embaixador; e tesoureiro, o filho investidor.
O ESPÍRITO da conferência será o predileto da família reinante no Brasil: tudo para os filhos, tudo pelos filhos, para os de fora a fúria incandescente da primeira família. Membros do governo falarão do combate à corrupção e arranjo de pratos de sopa; Theodor Adorno e as dissonâncias de Eleanor Rigby; como proteger a família de criminosos nazistas que mataram 200 mil pais, filhos e mulheres de família. Tema principal, a ser abordado pelo chefe da primeira família: a árvore genealógica e o climatismo.
OS ORGANIZADORES pretendem publicar anúncio-reportagem com manchete paga na primeira página do Financial Times, tradicional jornal de Londres. O atraso deve-se à dúvida no Itamaraty sobre a ortografia: conferência ou comfêrençia, família ou familha. Igual dúvida os atormenta quanto aos vocábulos correspondentes na transposição ao inglês. De seguro até o momento que a redação final será feita pelo futuro embaixador nos EUA, um erudito bilíngue, o número 3 da família número 1.