Bozomoros & Moronaros

DOIS DIAS entrincheirado no quarto, numa quarentena dentro da quarentena. Dois dias, o tempo que passou entre o depoimento de Sérgio Moro e a divulgação de seu conteúdo. Um verdadeiro terror, ansiedade levada à enésima prepotência… O Brasil terá sua primeira guerra civil pandêmica? Explico, as outras guerras civis foram endêmicas: Balaiada, Sabinada, Mascates, Farroupilha, Canudos. Esta de agora envolveria todo o país, cada cidadão obrigado a escolher seu lado – Bozo ou Moro, Bozomoros contra Moronaros.

INSULTO recolheu-se a silêncio obsequioso e temeroso. Acima da idade e do peso, reservista de quinta, o editor sentiu a vida em risco, de morrer de ataque de pânico. Felizmente foi brisa de verão, fogo de palha. Ouvido na PF, o ex-ministro foi categórico: não atribuía qualquer crime ao presidente da República. Se a borboleta provoca o caos em São João do Triunfo ao bater as asas em Bandung, o pernilongo do ministro liberou um flato inaudível, inodoro e inofensivo. Como se diz na Maringá de Moro, muito peido pra pouca bosta. Perdão, bosta nenhuma.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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