PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA vai assistir ao vídeo da reunião de Jair Bolsonaro e seu ministério, requisitada pelo STF. Augusto Aras terá a companhia de Sérgio Moro, o causador da requisição ao divulgar prints de mensagem com o presidente da República no dia de sua demissão como ministro da Justiça. O PGR toma-se de cuidados com o conteúdo do vídeo, segundo ele porque “há questões que envolvem a soberania nacional”.
O que se sabe dos vídeos não envolve a soberania, envolve a mais elementar falta de educação e decoro, com os palavrões do presidente e do ministro da Educação (sic), Abraham Weintraub (que chama de “filhos da puta” os ministros do STF), suas ameaças aos ministros presentes caso não se sujeitem ao que manda e todo o folclore que cerca um presidente maluco eleito por um povo desatinado. E a questão da soberania?
Na capital federal a palavra soberania é tão vazia de sentido quando a palavra cidadania em Curitiba. Em Brasília, a soberania punha sob segredo de Estado as despesas de Marisa Letícia em cabeleireiro, cirurgião plástico e manicure. A cultura da soberania, desde o governo Getúlio Vargas, põe sob sigilo e alheia ao povo tudo que se o povo soubesse derrubaria o governo. Aliás, assim se fazia na Rússia de Stálin e na Cuba de Fidel.
Temos que dar crédito de confiança ao PGR Aras – ainda que esta lhe falte na corporação, para cuja chefia foi escolhido fora da tradicional lista tríplice. O vídeo pode expor a loucura do presidente e a conivência cúmplice e irresponsável de seus ministros, supostamente sãos. E estimular o Paraguai a violar nossa soberania e invadir o Brasil para tirar a forra da derrota na guerra contra a tríplice aliança (Brasil, Argentina e Uruguai).