
E os colaboradores? Nelson Rodrigues, Chico Buarque, Ziraldo, Henfil, e até eu, que também tinha idade para ser estagiário. Inevitavelmente, durou pouco, quatro ou cinco meses. Mas todos que passaram por ele tornar-se-iam “nomes”; Daniel Azulay, Rosiska Darcy, Nelson Hoineff, Luiz Carlos Sá, Tetê de Moraes, muitos mais. Quarenta anos depois, Tetê, ex-diagramadora do jornal, reviveu “O Sol” num belo documentário. O DVD, cheio de extras, acaba de sair. E uma das atrações é a entrevista com Caetano. Afinal, era ao sol ou ao “Sol” que ele se referia em “Alegria, Alegria” Caetano foi delicado em insistir que não se lembrava.
Mas as datas estão aí. Quando “Alegria, Alegria” foi lançada no Festival da Record daquele ano, a 14 de outubro, “O Sol” já estava nas bancas desde 21 de setembro. Só que a data final de inscrição das canções fora 26 de julho e, nesse dia, “O Sol” era no máximo um lampejo nos olhos azuis de Reynaldo. A citação seria ilustre, mas “O Sol” não precisa dela.
Ruy Castro/Folha de São Paulo – Enviado por Iara Teixeira