De gatos e ratos

Lula torceu o braço de Bolsonaro. No dia 7 chamou Bolsonaro de genocida. No dia 8, Bolsonaro correu para se defender: ele tentou combater a pandemia, mas o STF travou suas ações. Não citou o nome de Lula uma vez sequer, nem para ofender ou “encher a boca de porrada”.

Antes, o capitão só xingava quem lhe perguntava dos filhos, de Fabrício Queiroz e da rachadinha – o que, perdão, significa rigorosamente o mesmo. Não retrucou a Lula. Alguém lhe soprou ao ouvido que se reagisse explícito estaria escolhendo Lula como adversário de 2022.

Lula está vivo e mostrou que quando fala sua voz ecoa. Se ele hoje combate Bolsonaro, faz um trabalho patriótico? Não, ele conserta seus erros, os erros que elegeram Bolsonaro. Mas nem por isso deixa de merecer nosso aplauso, porque foi o primeiro a falar e ser ouvido.

Hoje o ex-presidente é o único em condições de combater o atual. A menos que sobrevenha um golpe ou uma internação oportuna, Lula derrota Bolsonaro. Não há santo para combater nosso demônio. Já não importa se Lula é branco ou preto; importa que cace Bolsonaro.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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