E corremos o risco de ter uma segunda temporada desse show de horror
Se o governo Bolsonaro fosse um reality show, seria um desses em que o elenco é formado por subcelebridades. Nada contra elas, desde que fiquem só no Twitter e não queiram decidir o futuro da nação.
O secretário de Cultura, Mario Frias, é só um exemplo recente das pessoas sem talento que ocupam cargos importantes no país. Aquele tipo que nunca se destacou nas áreas em que atua. No máximo, teve um pouco de evidência, um único êxito, mas jamais alcançou o sucesso e, principalmente, o reconhecimento que seus pares tiveram na profissão.
Alçados ao protagonismo no serviço público, comprovam que a mediocridade de suas carreiras não se deve à falta de oportunidade, mas de talento e, em alguns casos, de caráter. É uma gente de mentalidade cafona e muito rancorosa. O único predicado para preencher os cargos que ocupam parece ser o ressentimento pelo papel de coadjuvantes que tiveram ao longo da vida. E o ódio à esquerda, claro.
A começar pelo próprio presidente. Jair Bolsonaro era a própria subcelebridade, parlamentar medíocre, frequentador de programas de baixa qualidade, até chegar à Presidência. Continua agindo como tal. E seu ministério não poderia deixar de ser um reflexo dessa falta de aptidão.
Ao querer controlar todos os órgãos ligados à sua secretaria, bater de frente com o humorista Marcelo Adnet e ameaçar o deputado Flávio Serafini (PSOL-RJ) com um “cuidado com a PF”, Mario Frias apenas repete o enredo revanchista de outros integrantes do governo.
Salles, Damares, Ernesto Araújo, a lista é grande. Além da escancarada inépcia, o que eles têm em comum é o profundo desprezo pelos assuntos dos quais são os responsáveis e pelas classes que deveriam representar. Mas, ao contrário do que acontece com a maioria das subcelebridades, que voltam ao ostracismo depois de 15 minutos de fama, corremos o risco de ter uma segunda temporada desse show de horror.