Bolsonaro foi ao Mato Grosso e seu avião arremeteu por causa da fumaça. Conseguiu aterissar em seguida e fez um discurso eloquente afirmando que o Brasil é um exemplo de proteção ambiental. Ele falava numa região onde o fogo se propagou por três milhões de hectares.

Ontem, depois de uma carta dos países europeus criticando o desmatamento, Bolsonaro disse também que o Brasil era um exemplo mundial de preservação do meio ambiente.

Quanto maiores as evidências de que algo está errado, mais ele se confraterniza com a própria política. Esse mecanismo psicológico é conhecido, de fato ele aumenta diante do aumento dos fatos concretos.

No passado escrevi um artigo sobre as vitórias do Flamengo elogiando suas boas escolhas e profissionalismo. Disse que era um exemplo para o Brasil em que muitas coisas não estavam dando certo. Confesso que me enganei. O Brasil é o grande exemplo para o Flamengo. Tivemos sempre momentos de crescimento que desaparecem em seguida. Na economia, chamamos isso o vôo da galinha.

O Flamengo estava iniciando o vôo da galinha e não percebi. Certamente o profissionalismo se enfraqueceu e sobretudo a vaidade destruiu o projeto. Estamos num outro patamar, diziam os jogadores. Meses depois, mais gordos e apáticos são massacrados no Equador.

Como previ, vai começar um grande debate sobre o Guia Aimentar. A partir do Ministério da Agricultura será feita a defesa dos alimentos ultaprocessados. O guia estimulava as pessoas a cozinharem quando possível, usando ingredientes mais naturais.

Será interessante estudar o processo alimentar nos Estados Unidos, onde certamente os produtos industriais são mais consumidos. Vale a pena seguir esse caminho?

É um tema de pesquisa porque o debate está apenas começando. O Guia Brasileiro de Alimentação era considerado uma referência internacional.

São Paulo amanheceu enfumaçada. Os técnicos dizem que ainda é preciso uma pesquisa para avaliar se a fumaça é mesmo proveniente do incêndio do Pantanal. A manhã de sexta foi aberta no Rio. Mas senti um certo fog observando o Cristo. Será que a fumaça está chegando devagar?

Vamos ver o que acontece no fim de semana, em São Paulo e aqui.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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