Fernando Haddad versus Robinho: a esquerda sempre mirando nos alvos mais fáceis nas suas lacrações

A esquerda brasileira gosta de temas que facilitem seu espírito lacrador, no embalo regozijante que faz de uma condenação um autoelogio, na linha do “olha como eu sou superbacana” me colocando contra isso. Pelo jeito, o alvo agora é o jogador Robinho, por causa da condenação por estupro na Itália. O caso é asqueroso. Estupraram em grupo uma mulher completamente bêbada.

Só por estar em uma situação como esta e não intervir em defesa da vítima, o jogador já teria demonstrado a péssima qualidade de seu caráter. Mas tem mais: ele admite que levou a vítima do estupro coletivo a praticar sexo oral nele. Mas para Robinho “isso não significa transar”. Esta confissão está em um áudio que vazou e piorou a situação do jogador junto à opinião pública.

Em um trecho da conversa entre cafajestes, um músico que tocava na boate na noite do estupro avisa Robinho sobre a investigação. A resposta do jogador serve como prova incriminadora: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”. Sua condenação em primeira instância é de nove anos de cadeia. Ao contrário do que acontece só aqui, na Itália o condenado vai preso na segunda instância. Este parece ser o destino mais provável de Robinho.

Como eu disse, o caso de Robinho é fácil para lacradores da esquerda, até porque toca em um eleitorado importante, o do voto feminino. Até Manuela D’Ávila deu seu recado de gente do bem nas redes sociais, entrando na onda da incriminação do jogador, ela que já se recusou a condenar até o ditador comunista Stálin, que teve a responsabilidade direta pela morte de milhões de pessoas durante seu governo na antiga União Soviética, muitas vítimas inclusive caçadas em outros países — claro que a conta macabra inclui estupros de mulheres dissidentes.

O petista Fernando Haddad é outro que tentou tirar uma casquinha lacradora, mas quebrou a cara porque tentou fazer um jogo de palavras muito idiota e trombou com a militância racialista, essa parcela intolerante de uma esquerda mal-humorada e ignorante que tenta aparelhar também a língua portuguesa.

Procurando pegar carona em um vídeo de Casagrande que está bombando na internet, ele tentou fazer graça com uma associação entre o nome do jogador e a “casa grande” das fazendas da época da escravidão. Então passou a ser tachado de racista. Haddad se acovardou e excluiu a mensagem, mas nada desaparece na internet. Veja na imagem.

Haddad é um dos grandes responsáveis por este clima opressivo que acossa qualquer um que pense com liberdade no Brasil. Sempre tem alguém trazendo picuinhas idiotas que fogem ao tema debatido e implicam até com determinadas palavras da língua portuguesa, desqualificando quem não aceita determinadas posições de esquerda ou medidas que embora até pareçam justas servem na verdade para beneficiar grupelhos, prejudicando a igualdade de direitos e de oportunidade.

Haddad levou cacetadas dos setores patrulheiros que estimulou como ministro da Educação e prefeito de São Paulo. Por ironia do tempo, agora ele está preso no próprio universo intolerante de que foi um dos criadores, sofrendo ataques que pensava que atingiriam apenas os adversários. E que ele se dê por feliz por seu plano não ter dado certo por completo, pois em países onde isso aconteceu, muitos mestres do autoritarismo como ele acabaram sendo mortos ou passaram a vida aprisionados em gulags comunistas.

Este sujeito que não conseguiu obter apoio eleitoral em um segundo turno nem disputando com um candidato asqueroso como Jair Bolsonaro condena com facilidade um jogador envolvido em um estupro, tentando lacrar com um jogo de palavras que é uma bobajada, mas em entrevista num recente Roda Viva, ao ser perguntado se condenaria as atitudes do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, onde francos-atiradores governistas matam nas ruas manifestantes pacíficos, ele preferiu falar mal da oposição venezuelana. Claro que além de atirar no povo, as milícias de Maduro não deixaram de estuprar mulheres da oposição.

E tem outro ponto importante para apontar nesta hipocrisia dessa esquerda que gosta de lacrações fáceis. Durante sua campanha para presidente da República, Haddad viajava regularmente à Curitiba, para receber ordens de um presidiário famoso, o ex-presidente Lula, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro já na segunda instância e respondendo a outros processos. Na Itália, Lula seria mantido no xilindró, mas ainda hoje, ao contrário do que fazem com Robinho, essa esquerda exalta o chefão do PT. E vejam que a condenação do jogador ainda é de primeira instância.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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