Nesta triste quadra em que vivemos, atormentados, de um lado, pelo mortal coronavírus e, de outro, pelo não menos letal bolsonorovírus, que tanta dor e tanta tristeza têm espalhado pelo Brasil, necessário se faz encontrar uma brecha, por menor que seja, para a entrada de um pouco de riso. E, com ele, sonharmos com um amanhã melhor. Não por acaso, Frederico, o Grande, já dizia, em priscas eras, que “Tudo no mundo é loucura, exceto a alegria”.
Mais atual e sábio, o meu saudoso Rubem Alves garantia que “a alegria não mora no futuro, mas só no agora. Ela está lá, modesta e fiel, no espaço da casa, no espaço da rua. Se não a encontrarmos, não é culpa dela. É culpa nossa”.
Em busca da alegria, logo nos vem à mente “a última do português”. Aliás, sempre achei um maldoso e injusto preconceito difundirmos “piadas de português” – um povo tão cordial, tão amigo e tão inteligente. Aí, soube que, em Portugal, trocando de lado os personagens, conta-se também “a última do brasileiro”.
Em assim sendo, com todo o respeito aos lusitanos, conto-lhes o caso da Maria, mulher do Manuel. Ela foi ao laboratório, para o exame de fezes. Colocou a latinha com o conteúdo para o exame em cima do balcão. Ia saindo, quando a recepcionista, alertou-a:
– A senhora esqueceu de colocar o nome.
– Ah, sim – respondeu Maria. Voltou e escreveu: BOSTA.
Manuel, que a aguardava na rua, de repente, vê uma casca de banana no chão, a um cinco metros de distância. Pensou, na hora:
– Ai, Jesus! Lá vou eu cair de novo!…
Logo depois, já em casa, Manuel ligou para o Joaquim:
– Por favoire, eu queria falar com o Joaquim!
– Pode falar. É o próprio.
– E aí, Próprio, tudo bem? Chama o João para mim!
Quando ainda era solteiro e passava uns dias em Florianópolis, Manuel arranjou uma namorada num dia de inspiração.
Resolveram sair de carro para um passeio até Balneário Camboriú. Depois de rodar uns cinquenta quilômetros, Manuel, tomado de inusitada coragem, botou as mãos nas pernas da garota, que reagiu imediatamente:
– Se quiser, pode ir mais longe.
Animado, Manuel engatou a quinta e veio até Curitiba…
Esse tipo de ingenuidade portuguesa pode ser história. No entanto, uma coisa é certa: o português leva tudo ao pé da letra.
Isso foi confirmado pessoalmente pelo bom amigo Edson Dallagassa, que se aniversariou na última terça-feira. Ele passava uns dias, com a Rosilda dele, na cidade do Porto, no noroeste de Portugal. Aí, o casal resolveu visitar um dos muitos museus da cidade, não sei se a Casa do Infante, a Quinta de Santiago ou o Museu do Vinho. Só que não encontrava a entrada. Aí, deu com um guarda que zelava pelo local. Edson indagou a ele:
– Por favor, o senhor poderia me dizer como a gente entra no museu?
A resposta foi solícita: “Pela porta”.