Ângela Gandra, secretária de Família do governo de Jair Bolsonaro, afirmou a parceiros internacionais que as autoridades em Brasília estão comprometidas em expandir a agenda ultraconservadora pelo mundo, levando as pautas antiaborto e de combate ao que chamam de “ideologia de gênero” para novas organizações internacionais.
A informação foi dada pela secretária em um evento no dia 12 de março, no qual participaram também entidades americanas que apoiavam o governo de Donald Trump, movimentos ligados a grupos religiosos e mesmo partidos xenófobos, como o espanhol Vox.
No fim de semana, reportagem publicada pelo UOL revelou a participação do governo brasileiro no encontro e o programa apresentado pela secretária, o que levou entidades do movimento LGBTI+ a denunciá-la e pedir esclarecimentos. Após a publicação, os vídeos com as intervenções de representantes de governos e das entidades foram retirados do ar.
“Ideologia de gênero” é um conceito pejorativo usado pelo campo ultraconservador, muitas vezes ligado ao fundamentalismo religioso, contra os avanços nos direitos sexuais e reprodutivos e na igualdade de gênero, em especial a população LGBTQIA+. Defensores da moral costumam se referir à “ideologia de gênero” como ameaça à sociedade, posicionam-se contrários ao direito ao aborto e usam o conceito de “família” para impor uma agenda que, na realidade, tolhe direitos de quem não se alinha a esse posicionamento conservador.