Carlos, Mário e Paulo

Primeira metade dos anos 50 do século passado. Escola Politécnica da USP. Eleição para o grêmio dos estudantes. A esquerda lança para presidente o aluno Carlos Zarattini. A direita, o acadêmico Paulo Salim Maluf. Após renhido pleito, a vitória é da esquerda. No ano seguinte, nova eleição. Os futuros engenheiros fazem um conchavão. Paulo Salim Maluf se elege vice-presidente. O calouro, craque de bola, vindo de Santos, Mário Covas se elege diretor de esportes. Pelo menos uma vez na vida, Covas votou em Maluf e vice versa.

Nenhum dos três seguiria a profissão de engenheiro. Paulo Maluf foi trabalhar nas empresas do pai e depois se lançaria na política. Mário Covas, na época militante do proscrito PCB, volta para Santos e começa sua carreira como vereador. Em toda a sua vida, Covas só perderia duas eleições: para prefeito de Santos e presidente da República, logo as que mais ambicionava. Carlos Zarattini não se interessa pela profissão, prefere o teatro, adotando o nome artístico de Carlos Zara.

Com diferença de horas, e pela mesma doença, Eva Wilma (viúva de Zara) e Bruno (neto de Covas) morreram no dia 16/05/2021. Paulo Maluf se encontra em prisão domiciliar.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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