Comunista de direita

Bolsonaro finge que se importa com o preço da gasolina. Depois do último – o cronograma é irregular, mensal em média – pediu que a Petrobras reduza seu lucro para manter o preço acessível. Observe, ele pede, não manda, como faz com a Polícia Federal e com o Instituto do Patrimônio Histórico, nos quais destituiu diretorias para impedir investigação de rachadinhas e atraso em obra do Véio da Havan.

O estadista que viajou à Rússia para brincar de pacificador sabe que nada pode contra a Petrobras, porque a empresa tem dono: seus acionistas, entre eles poderosos investidores dos EUA; sem contar que as ações da empresa, negociadas na Bolsa de Nova Iorque, perderiam valor de mercado se a Petrobras não tivesse lucro. Para azar seu Bolsonaro não pode sequer tirar uma lasquinha da petroleira, como faziam os petistas.

Nosso comunista de direita combate os aumentos apenas para acenar a seus abduzidos com cérebros de camarão, aos quais as mentiras do chefe bastam para acalmar o espírito. Jair Bolsonaro não pode sequer peitar o diretor presidente da Petrobras, o general que fez a cabeça do general que peitou o Supremo para melar a candidatura de Lula. O general é tão forte que sobe sempre mais, da Itaipu para a Petrobras.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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