Pedágios – parte II

O que significa debater os pedágios, diretamente, com a população que paga a conta?

É planejar as coisas sem deixar de ouvir a povo afetada, bem como, as valorosas cooperativas paranaenses, para se saber se a continuidade nos trechos anteriormente pedagiados interessa à economia paranaense.

Devemos ouvir, através de plebiscito, as cidades de Porto Amazonas, Irati, Prudentópolis, Imbituva e Lapa. Saber se São Luiz do Purunã, Ortigueira, Imbáu, Tibagi, Palemeira, Carambéi e Jaguariaíva, querem a continuidade de praças de pedágios.

Se a próspera São José dos Pinhais, Jacarezinho, Sertaneja, Mandaguari, Castelo Branco, Arapongas, Floresta, se a rica Campo Mourão, Corbélia, Candói, Laranjeiras, Cascavel, Céu Azul e São Miguel do Iguaçu, querem pagar essa conta. Há quem pense que o pedágio é necessário, que os vinte cinco anos de desacertos e obras não realizadas não importam ao debate.

Temos que nos submeter ao flagelo de pagar essa conta novamente? Vamos discutir isso no voto e não por meio de lobistas e representantes privados? Outro fator, importantíssimo, é o tempo de duração das futuras concessões.

Se o tempo é menor, por exemplo 5 ou 10 anos, as obras têm que ser mais rápidas e sem a enrolação de aditivos duvidosos ou superfaturados.

Assistimos o mundo civilizado construindo trincheiras e até viadutos, num final de semana ou em trinta dias. E aqui no Brasil? Para as mesmas obras são necessários anos e até décadas para se fazerem as mesmíssimas obras.

Há modernas tecnologias construtivas que o mundo dispõe, mas elas não são utilizadas pela engenharia brasileira. Por que será?

Resumindo: tem que se dar ampla publicidade de todas as obras que foram suprimidas e “substituídas” nesses 25 anos de pedágios no Paraná. Se o asfalto utilizado pelas concessionárias tem, realmente a qualidade que foi contratualmente prometida, por quais razões alguns trechos têm panelas de buracos nas estradas?

Temos que ouvir os municípios e à população envolvida que pagará os pedágios, inclusive, nos trechos supernovos, nos quais sequer se sabe ao certo, quais serão as tarifas e quais obras se pretendem executar.

Por último, onde foram parar aquelas plaquinhas de pedidos de desculpas das concessionárias que ficaram alguns dias nas praças de pedágios e, súbita e repentinamente, desapareceram?

O debate público deve ser instalado nessa questão.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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