O Museu da Imagem e do Som desta Capital abriu às 19h de ontem, para convidados, a exposição definitiva “Kalkbrenner – 91 anos de História”, reunindo a história e a arte de José Kalkbrenner Filho, um dos maiores (se não o maior) expoentes da arte fotográfica paranaense. Para o público em geral será a partir do dia 10, estendendo-se até o final do ano. A curadoria é de outro mestre da fotografia, Sergio Sade.
Quando o “alemão” completou 90 anos, no final do ano passado, falei-lhes dele aqui neste espaço. Pois volto a falar, com muito prazer.
Como lhes disse e repito, há personagens que não poderão ser jamais esquecidos. Pelo talento que carregam, pelo trabalho prestado durante a vida, pela importância conquistada na história do Paraná e do Brasil. O nosso Kalk é um deles.
Segundo o repórter fotográfico Nani Goes, a história da fotografia paranaense e a vida do bom Kalkbrenner se confundem. Não há exagero na afirmação. De “office-boy” da loja do fotógrafo amador Carlos Boutin aos grandes momentos da arte fotográfica, Kalk fez a sua caminhada. Da época da velha lambreta com os bolsos cheios de lâmpadas de tungstênio e pesadas câmaras penduradas no pescoço, aos tempos da Gazeta do Povo, Paraná Esportivo, O Estado do Paraná, Instituto Brasileiro do Café, Diário do Paraná, TV Programas e TV Paraná, Canal 6, distribuiu arte e talento, sempre com o maior profissionalismo.
Esteve presente em todos os momentos de maior importância da imprensa paranaense. Em O Estado do Paraná, como editor de imagens, liderou um movimento para estabelecer regras éticas para o fotojornalismo, fazendo com que, pelo menos por um tempo, fotos sensacionalistas sumissem dos jornais.
Em 1962, realizou outro velho sonho: fundou a Fototécnica, empresa dedicada à fotografia publicitária. E avançou em nova e vitoriosa carreira. A fotografia publicitária era, então, uma novidade. Kalk foi aprendendo fazendo. Todas as grandes campanhas realizadas no Estado, tiveram o dedo do grande fotógrafo.
A história e a arte de J. Kalkbrenner Filho é extensa e valiosa. Não sei se caberão numa só exposição. Mas será uma amostra, um exemplo para as novas gerações de que com capacidade, maestria e boa vontade é possível transformar a vida em fotografia. E vivê-la com a maior dignidade.
Não me foi possível estar presente na abertura da exposição de Kalk, embora convidado pessoalmente por ele. Impediu-me problema de saúde. Irei em outra oportunidade. Mas me fiz presente em espírito e mando-lhe o meu carinhoso abraço, torcendo pelo sucesso que foi sempre a marca de um grande amigo, de um grande profissional e de um grande caráter.