NÃO É DE HOJE que Curitiba quase afunda com chuvas e enchentes. Não é de hoje que Rafael Greca é prefeito, coisa de doze anos (interregno de Gustavo, o breve, não conta). O que ele fez sobre o problema? Nada e não podemos cobrar nada dele. Nosso prefeito é devoto do padroeiro dos motociclistas, o santo xará, Rafael, ele e Jair Bolsonaro, que recebeu na prefeitura com salamaleques e ademanes.
Nosso prefeito não acende velas para são Pedro, o santo da chuva. Nem para são Valdomiro Magno, também xará nos dois nomes, nosso prefeito presta devoção. Afinal, o santo é ucraniano, e magno, para nosso prefeito, só existem dois: ele e Alexandre, nessa ordem. Enquanto Curitiba alagava, o prefeito estava em Lisboa, devoto do vinho verde e do bacalhau espiritual.
Doze anos de chuva, doze anos do mesmo prefeito, ressalvado o interregno de Fruet, ocupado em conceder alvarás para derrubar o Hospital do Ahú e liberar o hipermercado na área coalhada de supermercados. Rafael gosta da chuva que refresca; mora em andar alto, imune a enxurradas e goteiras. E sonha com o dilúvio curitibano, ele a pilotar e MinhaMargarida a perfumar a arca.