Roberto Guedes é um dos poucos “loucos por gibis” que ainda existem e estão em plena atividade. Obstinado, tem uma longa folha de serviços prestados aos quadrinhos, como pesquisador, escritor, tradutor, editor, roteirista e comentarista. Atualmente, edita, com competência e capricho, um fanzine (na verdade, são dois, se incluirmos o Status Comics) de grande prestígio e ótimo resultado entre os aficionados – o Gibilândia, já na 26ª edição.
O cardápio de Gibilândia 26 é farto e de bom recheio, como de costume: começa por apresentar a última aventura de Meteoro, o Mascarado Voador, personagem nascido em 1992. Aqui, o herói enfrenta o Estrela Maldita, conhecido como o “Grande Maligno”. O roteiro é do próprio Guedes, com arte de Daniel Alves (lápis) de John Castelhano (nanquim). O resultado é um novo clássico do quadrinho brasileiro.
Para quem não sabe, O Meteoro é uma criação de Roberto Guedes, e conta as aventuras de Ric Marinetti, um jovem colegial que ganha poderes fantásticos, entre eles, superforça e capacidade de voar a velocidades extremas, ao ser atingido pela explosão de um meteorito.
Como complemento, Gibilândia 26 traz ainda Os Senhores do Tempo e “O Nascer do Sol Negro”, de Alan Moore e David Lloid, publicado originalmente em outubro de 1981, pela Marvel UK; e “Jogo Justo”, de Bruce Jones, Jim Sullivan e Davis Stevens, da extinta Pacific Comics.
Concluindo, Guedes reproduz uma raríssima entrevista de Steve Ditko, o cocriador de Homem-Aranha e Doutor Fantástico, a um obscuro fanzine de 1966.
Aliás, uma das características do precioso trabalho de Roberto Guedes é buscar raridades, reviver histórias e/ou personagens já quase esquecidos ou nunca publicados entre nós.
Na Gibilândia 25, vai além e ousa reunir o Fantasma, de Lee Falk, e o Demolidor, de Stan Lee, em um roteiro de sua autoria, desenhos de Toninho Lima e letras de Sandro Marcelo. Um atrevimento que valeu a pena.
Mas preciso lembrar que, além de Meteoro, Roberto Guedes tem outra criação, de 1998, o herói Guepardo.
Como editor e colaborador, esteve na editora Opera Graphica, de Carlos Mann e Franco de Rosa; prestou serviços à Editora Escala, à Mythos Editora e à Panini Comics, onde passou a ser editor. Agora, edita o blog Guedes Manifesto, que também nomina a editora que oferece Gibilândia e Status Comics.
Mais: Guedes é autor dos livros “Quando Surgem os Super-Heróis” (Opera Graphica, 2004), “A Saga dos Super-Heróis Brasileiros” (Opera Graphica, 2005), “A Era de Bronze dos Super-heróis” (HQM Editora, 2008), que conquistou o Trofeu Bigorna, como “Melhor Livro Teórico”. Tem ainda “Stan Lee – O Reinventor dos Super-Heróis” (Editora Kolaco, 2012), “Universo de Super-Heróis – Stan Lee – A Vida e a Obra do Criador dos Super-Heróis Marvel” (Discovery Publicações, 2016) e “Jack Kirby – O Criador de Deuses” (Editora Noir, 2017). Pela mesma editora, lançou em 2019, a biografia de Steve Ditko, cocriador de Homem-Aranha e Doutor Estranho” e “Os arquivos Secretos da RGE” (dedicado ao império editorial de Roberto Marinho). Antes, em 2018, já havia escrito “Gedeone: O Guerreiro dos Quadrinhos”, editado pelo selo Opera Graphica).
É ainda detentor de três prêmios: dois Angelo Agostini, de “Melhor Editor” (em 2002 e 2003) e um Jayme Cortez (2004), por sua “Contribuição ao Quadrinho Brasileiro”.
Como as edições de Roberto Guedes são de poucos exemplares, os interessados em Gibilândia e Status Comics precisam agir com rapidez para as reservas. O endereço eletrônico dele é guedesbook@gmail.com.