Sem salário e sem carteira

Janja ganha cargo não remunerado no governo Lula. Erradíssimo. Tinha mais que ganhar salário de senador, com auxílio moradia e adicional mandrake de mudança – mesmo morando de graça em palácio do governo. Por que não fazer como os ministros de Lula, que nomearam as mulheres para os tribunais de contas de seus Estados?

Ministros ganham pouco e precisam de sossego, de ficar livres da aporrinhação da mulher pedindo dinheiro, com inveja da roupa da mulher do outro ministro. Pior que isso, precisam poupar as mulheres da humilhação de pedir desconto na loja ou de fajutar o cartão corporativo lançando como despesa do rancho o gasto da butique.

Primeira dama com salário não furta as moedinhas do laguinho do Alvorada nem vende as carpas para a peixaria de Brazilândia que abastecia a família dos pais no tempo das emas magras. E mais: trabalhadora petista, mesmo na função de companheira primeira dama, tem direito a carteira assinada. Ou não, como diria Gilberto Gil.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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