O ministro Juscelino Filho, das Comunicações, nomeou trabalhador de suas fazendas como assessor na câmara dos deputados. Não se fie no jornal que noticia que o ministro levou assessor para trabalhar na fazenda; isso seria condição análoga à da escravidão. Juscelino visita exposições de cavalos com dinheiro e avião públicos e alega ser atividade oficial. O ministro sabe que o relincho do cavalo funciona para a comunicação com os burros que o elegem.
Juscelino é como Antonio Rogério Magri, o ministro do Trabalho de Fernando Collor, flagrado ao levar sua cachorra a hospital público. Forjado nas mordomias do peleguismo, Magri requentou uma desinência do dicionário ao se proclamar imexível no ministério. Tornou-se herói das dondocas ao dizer que “cachorro também é ser humano”. O Magri de Lula, Juscelino é imexível e seus cavalos também são seres humanos. O ministro das Comunicações está firme e forte como ACM avô, o mais poderoso ministro das Comunicações.
ACM foi ministro forte não porque mandasse em José Sarney, seu presidente, mas porque Roberto Marinho, o dono da Rede Globo, era seu sócio. Juscelino é sócio de Lula na base aliada, tratado com a benevolência que Silvio Santos dispensou ao genro, a quem fez ministro das Comunicações de Bolsonaro. Juscelino é forte, não cai nem se, como Calígula, eleger um de seus cavalos ao Senado. Só cairia na remota hipótese de ser apanhado chupando a língua de um cavalo. Mas Juscelino não é lama tibetano.