Na briga com o deputado petista gaúcho, Eduardo Bolsonaro chamou o colega de puto, viado e mandou-o tomar no c*. Em debate com nosso quase embaixador nos EUA, o gaúcho afirmou que o pai de Eduardo fora eleito graças à falsa facada de Adélio Bispo. No substantivo e nos adjetivos, nada diferente daquilo que o pai fazia no cercadinho com jornalistas cujas perguntas o desagradavam: o presidente Jair Bolsonaro ofendia mães, pais e a aparência de quem o incomodava, fossem homens ou mulheres – sempre blindado pelo cercado, pelos seguranças e pela impunidade que o bafeja desde quando o tenente que frequentava terroristas e o deputado que pescava com milicianos.
Não queria escrever sobre isso, já esquecia o assunto, falar de Bolsonaros só se justifica pelo mesmo fundamento com que os judeus insistem em lembrar o Holocausto: porque memória é história e sempre devemos lembrar para que a tragédia não se repita.
Deixei o assunto para depois e me entreguei ao Byzantium, de N. H. Baynes/H. St. L. B. Moss (Oxford Paperbacks, 1963), sobre o Império Romano do Oriente. Lá pelas tantas o ensaísta analisa o imperador Constantino V, que reinou e fez loucuras de déspota em seu reinado no século 8. Interessa aqui o dado curioso, o de como ficou conhecido pelos súditos: Constantino V, Coprônimo (os gregos de Bizâncio acrescentavam adjetivos a seus imperadores). Coprônimo significa “nome de merda”, e o motivo é sugestivo: recém nascido, o imperador fez cocô na pia batismal – e assim continuou enquanto reinou. Os Bolsonaros nasceram com a mesma tendência, a de lançar cocô por onde passam.