Na década de 90, quando o diretor de redação me cobrava o deadline da charge e eu a entregava com algum atraso, dizia a ele “antes charge do que nunca!” Mestre Solda gostava deste meu brocardo e o usava com frequência, com bela arte tipológica, em seus blogs, sempre citando a autoria: “copirraite Tiago Recchia”.

Eu tinha plano de editar um livro com um punhado de charges minhas com este título. Daí um cartunista do norte do país, assíduo nas páginas do Solda, publicou um livro de coletânea de charges com o título “Antes charge do que nunca”. Solda me mostrou, dizendo algo como “putz”. E eu respondi “culpa sua”. Isso tem mais de uma década. Desisti, claro, deste título para meu livro – até hoje aguardando edição.  Então, fuçando agora em salões de humor gráfico, vi que o Salão Internacional de Humor de Piracicaba usou meu aforismo trocadilhesco. Conclusão: a gracinha “antes charge do que nunca” que criei na década de 1990 não é minha, é de todos, está aí no ar pra ser usada.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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