No desespero, o governo consultou ontem integrantes do Supremo Tribunal Federal se poderia editar uma nova medida provisória para re-reestruturar o governo em caso de a Câmara recusar a MP que vence amanhã (1º).
Ouviu de ministros que, apesar de haver o entendimento de que não pode haver reedição de MPs rejeitadas dentro de uma mesma legislatura, o governo poderia alterar o texto. No limite da boa vontade, poderia haver o entendimento de que o objetivo da medida provisória seria diferente. Não era, porém, o ideal.
Naquele momento, Arthur Lira não havia pautado a votação, o que só ocorreu na enésima hora. Só às 23h30 de ontem é que o presidente na Câmara decidiu agendar para hoje (31) pela manhã a votação da medida provisória que reestrutura o governo.
Lira avisou a articulação de Lula, porém, que não vai derramar nada de suor para a sua aprovação. Recusada a MP, o cenário seria o pior dos mundos para o governo. Dependeria da boa vontade do Supremo e o risco de nova derrota no Congresso para manter o desenho da administração.
Apesar da pressão, a MP deve ser aprovada, ouviu o Bastidor de dois líderes da base de Lira. Gente do grupo político do presidente da Câmara seria prejudicada com a redução drástica do tamanho do Ministério de Lula e de sua reestruturação ao desenho de Jair Bolsonaro.
A ameaça de que pode não haver aprovação é para cobrar mais do governo e do próprio presidente. A redução de ministérios vai de encontro ao exigido.