Todo dia é dia de poeta

morte artificial

ninguém mais morre de fato

a morte perdeu seu antigo status
a vida ocupou todo espaço
assim como no deserto os cactus
foi-se pra sempre a figura negra da morte
decretamos nossa eternidade à revelia
doações de órgãos de toda sorte:
um olho pra fulano, outro pra beltrano, alegria
pra sicrano e o coração pra qualquer uma

aos pedaços, algum incauto há de dizer:
isso é vida? uma duna que se avoluma?
só sei que isso foi tudo que pude morrer!

Thadeu Wojciechowski/Sérgio Viralobos

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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