Ratinho acha que não é papel do Estado ter uma empresa estratégica de energia. Também acha que água limpa e esgoto podem ficar na mão de empresas privadas. Internet pública, para ele, é heresia. Mas loteria? Aí sim estamos falando de uma função essencial do governo.
Fosse apenas uma bobagem, vá lá. Mas a criação da loteria paranaense, conforme mostrou a repórter Angieli Maros, está cercada de confusão. E não, não estamos falando daquelas confusões tipo Sessão da Tarde (“Dois rapazes encontram uma tremenda gata e vivem grandes confusões!”).
A confusão é saber se a coisa foi feita dentro da lei. E lendo a reportagem da Angieli (ou o relatório do TC), a impressão é de que dificilmente a resposta será positiva. Tudo foi feito naquela zona cinzenta da legalidade, da formulação do edital até a escolha da única empresa que, estranhamente, passou pelo crivo imposto pelo governo.