A Câmara Municipal de Porto Alegre revogou a decisão de tornar o dia 8 de janeiro o Dia do Patriota. A escolha da data seria para homenagear a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no início do ano.
A lei foi suspensa pelo ministro do STF Luiz Fux, que afirmou que a data não merece comemorações, por motivos evidentes.
Porém, alguns vereadores de Porto Alegre não desistiram da comemoração e planejam fazer um grande evento no dia 8 de janeiro, com desfiles e festejos.
A ideia é realizar uma parada com diversas alas, como acontece no Sambódromo no Carnaval carioca. A festa vai começar com a entrada do Patriota do Caminhão, seguido pela ala dos destruidores de patrimônio, com patriotas depredando esculturas, relógios e obras de Di Cavalcanti.
A rainha da bateria será a grande heroína da data, Dona Fátima de Tubarão, que vai entoar a canção “Eu quero guerra! Vamos pegar o Xandão!” enrolada na bandeira nacional.
A ala dos negacionistas contará com integrantes contestando as urnas, vacinas e teorias de Darwin. Os passistas usarão chapéus de papel alumínio, para se proteger do controle mental do reptiliano esquerdista Bill Gates.
Logo atrás, entrarão patriotas com celulares na cabeça, pedindo aos extraterrestres para que salvem o país.
Um dos momentos mais aguardados é a entrada da Ala do Patriota Defecador, na qual pessoas enroladas na bandeira nacional defecarão em móveis em um enorme cocozaço.
As festas serão financiadas por pensões de filhas de militares, que durante o desfile farão o que melhor sabem fazer, nada.
Além do Dia do Patriota, vereadores planejam criar novas datas comemorativas, como o Dia do Padre do Balão, para homenagear o pároco que saiu voando em bexigas sem GPS.
O Dia do Bilionário vai celebrar a não taxação de grandes fortunas e será comemorado por liberais de classe média em uma carreata de Corsas 2007 remendados com silvertape.
O Dia do Pintou Um Clima vai homenagear ex-presidentes que invadem casas de crianças com segundas intenções.
E o Dia do Trabalho Escravo vai homenagear produtores de uva que mantêm funcionários em situação análoga à escravidão no Rio Grande do Sul, justamente no estado de origem do Dia do Patriota.