O adiamento para o mês que vem do encontro dos negociadores do Mercosul e da União Europeia que ocorreria nesta quinta (21), ilustra o pessimismo de parte da diplomacia brasileira sobre o acordo. A Argentina, porém, impõe um sentimento de urgência às negociações.
Há o temor, diz uma fonte informada das conversas, de que se o candidato argentino da extrema-direita, Javier Milei, vencer as eleições, o governo argentino deve se tornar contrário a Brasil e a um acordo comercial em bloco.
Na próxima semana está prevista uma conferência virtual entre os negociadores de Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. O objetivo é acertar posições e detalhes para sentarem-se à mesa com os europeus em outubro.
Há a crença de que, apesar das críticas de Lula às exigências extras da União Europeia e da resposta negativa dada pelo Mercosul à “side-letter”, como é chamado o documento, o Brasil tentará convencer os demais países-membros a aceitar.
As exigências europeias são interpretadas como protecionismo puro e simples. Mas, ainda assim, seria vantajoso para os países sul-americanos, já que as exigências ambientais podem dar ao Brasil vantagens econômicas com a chamada economia verde.